Energias renováveis superam o carvão globalmente pela primeira vez: uma mudança histórica na geração de energia
October 28, 2025
3 minutos

Energias renováveis superam o carvão globalmente pela primeira vez: uma mudança histórica na geração de energia

Solar e eólica ultrapassam o carvão na geração global em 2025. Entenda o impacto dessa virada para o setor elétrico e a gestão de ativos renováveis.

O primeiro semestre de 2025 foi um marco profundo para o setor de energia global: as energias renováveis superaram o carvão como a maior fonte de eletricidade pela primeira vez na história. De acordo com o estudo Global Electricity Mid-Year Insights 2025, a energia solar e eólica geraram em conjunto 5.072 TWh, excedendo o carvão, com 4.896 TWh.

Essa conquista histórica valida a trajetória de longo prazo da energia limpa e reforça seu papel não como alternativa, mas como nova espinha dorsal do sistema global de energia.

1. Energia solar e eólica agora superam o crescimento de fontes fósseis

Entre janeiro e junho de 2025, a demanda global de eletricidade aumentou em 2,6%, adicionando 369 TWh ao sistema. A energia solar absorveu sozinha 83% desse crescimento, contribuindo com uma inédita 360 TWh, um aumento de 31% ano a ano. A energia eólica adicionou 97 TWh, crescendo 7,7%.

Juntas, essas fontes não apenas atenderam à nova demanda — elas substituíram a geração de fósseis, gerando um declínio líquido na produção de carvão e gás.

Divisão da participação das energias renováveis (1º semestre de 2025):

  • Solar: 8,8% (acima de 6,9%)
  • Eólico: 9,2%
  • Hidro: 13,5%
  • Bioenergia + Outros: 2,8%
  • Total de energias renováveis: 34,3%
  • Carvão: 33,1%

Essa mudança tem implicações globais, não apenas para as metas climáticas, mas para a forma como os ativos de energia são gerenciados, operados e integrados.

2. A energia solar impulsiona o aumento: um recorde global

O aumento na geração solar foi geograficamente amplo, embora liderado por alguns players dominantes:

  • China: +168 TWh (55% do crescimento global)
  • Estados Unidos: +44 TWh
  • União Europeia: +37 TWh
  • Índia: +17 TWh
  • Brasil: +10 TWh

O que chama a atenção é como a energia solar passou de um nicho para carga de base convencional em muitos países. Em 2025, pelo menos 29 países geram mais de 10% de sua eletricidade a partir da energia solar, em comparação com apenas 11 em 2021. Essa tendência reforça o status da energia solar como uma tecnologia madura e escalável.

Caso em questão: Brasil

No Brasil, a energia solar foi responsável por 10 TWh do crescimento, apoiada por uma rápida expansão do mercado de geração distribuída (GD) e forte irradiação solar. Esse aumento fortalece o mix de energia híbrida do Brasil e destaca o potencial de plataformas de integração de baterias e manutenção preditiva para acompanhar a complexidade do sistema.

3. Carvão e gás perdem terreno, mas não em todos os lugares

Globalmente, a geração de fósseis caiu ligeiramente (-0,3%), com o carvão caindo 0,6%. Esses declínios se concentraram em economias de energia limpa de rápido crescimento:

  • China evitou +46 MtCO₂ por meio da energia solar e eólica.
  • Índia evitou +24 MtCO₂.

No entanto, a geração de fósseis aumentou no Estados Unidos (+4,3%) e União Europeia (+4,8%), devido ao fraco desempenho hídrico e eólico e ao aumento da dependência do gás.

Essa divergência regional destaca uma visão importante: o crescimento de energia limpa por si só não é suficiente: a confiabilidade, o armazenamento e a flexibilidade da rede também devem ser ampliados.

4. Emissões de dióxido de carbono estabilizadas: um ponto de inflexão climático

Apesar da crescente demanda por eletricidade, as emissões globais de CO₂ do setor de energia permaneceram estáveis, mesmo caindo ligeiramente (-12 MtCO₂). Sem o crescimento das energias renováveis, as emissões teriam aumentado em mais 230 MtCO₂, equivalente a emissões de todo o setor de energia da África no mesmo período.

Essa dissociação da demanda das emissões é fundamental. Isso confirma que energia solar e eólica podem crescer rápido o suficiente para atender à demanda sem depender de picos fósseis, desde que sejam apoiados por robustos infraestrutura de rede, sistemas de previsão e soluções de armazenamento.

5. O que isso significa para operadores de rede e gerentes das áreas de energia

As implicações dessa transição são substanciais para Gerentes de COG, engenheiros de performance e gerentes de O&M. À medida que as energias renováveis assumem um papel básico, a complexidade dos ativos aumenta e as estratégias operacionais devem evoluir.

Principais implicações:

  • Maiores volumes de geração variável exigem precisão na previsão, gestão do curtailment e diagnóstico de desempenho.
  • Monitoramento da integridade dos ativos torna-se fundamental para evitar perdas e otimizar o tempo de atividade em portfólios distribuídos.
  • Sistemas de armazenamento (BESS) devem ser integrados à inteligência operacional em tempo real para gerenciar a intermitência de forma eficaz.
  • Soluções flexíveis de rampa (4—7 horas) serão necessárias, especialmente em redes com alta penetração solar.

Gerenciar essa nova era de energias renováveis de alta penetração requer ferramentas capazes de traduzir a complexidade operacional em inteligência acionável. Plataformas avançadas devem apoiar a manutenção preditiva, o diagnóstico de desempenho em tempo real e a tomada de decisões estratégicas, permitindo que as equipes escalem a energia limpa de forma confiável e sustentável em diversos portfólios de ativos.

6. Foco regional: China, EUA, UE, Índia, Brasil

Vamos explorar como as principais economias estão contribuindo para essa mudança:

China

  • O maior gerador solar e eólico do mundo.
  • +55% do crescimento solar global no primeiro semestre de 2025.
  • Economia significativa de emissões por meio da rápida implantação limpa.

Estados Unidos

  • A energia solar adicionou 44 TWh, apesar do aumento da dependência de gás.
  • Estresse na rede devido ao baixo desempenho de energia eólica e hídrica.

União Europeia

  • Adicionou 37 TWh de energia solar; Alemanha, Espanha e Holanda lideraram.
  • A falta de energia hídrica e eólica exigiu a redução de fósseis, aumentando as emissões.

Índia

  • O crescimento da energia limpa superou a demanda.
  • Alcançou uma notável economia de emissões de CO₂.

Brasil

  • Crescimento solar de 10 TWh.
  • Hibridização em expansão (solar + hidro + BESS).
  • Oportunidades de ferramentas de inteligência de ativos para otimizar o O&M.

O futuro é limpo, mas complexo

A ascensão das energias renováveis é uma vitória, mas traz novos desafios. À medida que a energia solar e eólica se tornam fontes primárias, gerenciá-las se torna mais parecido com o gerenciamento da carga de base tradicional, mas com muito mais volatilidade e dados.

Operadores de rede, gerentes de ativos de energia e operadores de usinas agora enfrentam um ambiente que exige:

  • Monitoramento e diagnóstico avançados
  • Detecção preditiva de falhas
  • Garantia de qualidade de dados
  • Relatórios automatizados para se alinhar com KPIs e SLAs
  • Integrações de sistemas de armazenamento como BESS sem falhas

Atender às demandas de uma rede dominada por energias renováveis exige uma infraestrutura de dados que não seja apenas reativa, mas também voltada para o futuro. Plataformas escaláveis de ativos desempenham um papel fundamental na unificação dos dados de desempenho, na previsão de falhas e no alinhamento das prioridades operacionais com as metas de transição energética de longo prazo.

O que vem a seguir?

À medida que avançamos para 2026, a tendência é irreversível: a energia limpa está agora no centro da eletricidade global. Mas desbloquear todo o seu potencial exigirá:

  • Estruturas políticas que aceleram o armazenamento, a previsão e a flexibilidade da rede.
  • Investimento em infraestrutura digital para apoiar o gerenciamento preditivo de ativos.
  • Coordenação intersetorial para reduzir a redução e melhorar a despachabilidade.

Seu próximo passo em um mundo de energia limpa

Esse marco global afirma o que as partes interessadas em energia já sentem: as energias renováveis não são mais o futuro, são o presente.

Se você gerencia, opera ou otimiza ativos de energia renovável, agora é a hora de desenvolver suas operações com inteligência baseada em dados.

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FAQ

O que aconteceu no 1º semestre de 2025?
Pela primeira vez, as renováveis se tornaram a maior fonte de eletricidade global. Solar e eólica geraram 5.072 TWh, superando o carvão com 4.896 TWh, segundo o relatório Global Electricity Mid-Year Insights 2025 da Ember.
Por que esse marco importa para operações de rede?
Consolida a energia limpa como espinha dorsal dos sistemas elétricos. Equipes de O&M e performance precisam lidar com maior variabilidade, integrar armazenamento, aprimorar previsões e fortalecer o monitoramento de saúde de ativos para manter confiabilidade e reduzir cortes de geração.
Como solar e eólica ultrapassaram o carvão?
A demanda global cresceu 2,6% (+369 TWh) no 1º semestre de 2025. A solar absorveu 83% desse aumento (+306 TWh, +31% a/a) e a eólica adicionou +97 TWh. Juntas, atenderam ao novo consumo e deslocaram térmicas fósseis, reduzindo carvão e gás.
Como está a participação de cada fonte?
O resumo abaixo mostra as fatias no 1º semestre de 2025.
Fonte Participação Global Observações
Solar 8,8% (de 6,9%) +306 TWh; função quase baseload em vários países
Eólica 9,2% +97 TWh; desempenho desigual por região
Hídrica 13,5% Baixa em algumas regiões no período
Bioenergia + Outras 2,8% Contribuição estável
Renováveis (total) 34,3% Agora à frente do carvão
Carvão 33,1% Queda geral, com exceções regionais

Obs.: TWh informados quando disponíveis; participações são médias globais do 1º semestre de 2025.

Quais países lideraram o avanço solar?
O salto foi generalizado, liderado por China (+168 TWh; 55% do crescimento global), Estados Unidos (+44 TWh), União Europeia (+37 TWh), Índia (+17 TWh) e Brasil (+10 TWh). Ao menos 29 países já geram 10%+ de sua eletricidade a partir do sol (vs. 11 em 2021).
Por que os fósseis cresceram em alguns lugares?
Apesar da queda global (carvão −0,6%; fósseis −0,3%), EUA e UE aumentaram o uso fóssil (+4,3% e +4,8%) por fraco desempenho de hídrica e eólica, exigindo respaldo a gás. Reforça a necessidade de armazenamento e flexibilidade para cobrir lacunas renováveis.
O que ocorreu com as emissões de CO₂ do setor elétrico?
As emissões estabilizaram e caíram levemente (−12 MtCO₂) mesmo com a demanda em alta. Sem o avanço das renováveis, teriam subido mais de 230 MtCO₂ — aproximadamente o volume de emissões do setor elétrico da África no mesmo período — comprovando a dissociação entre demanda e emissões com a infraestrutura certa.
Quais são as prioridades operacionais para O&M e performance?
  • Previsão de alta precisão e gestão de corte de geração (curtailment).
  • Monitoramento de saúde de ativos e manutenção preditiva para proteger disponibilidade.
  • Integração de BESS com inteligência operacional em tempo real.
  • Ramping flexível de 4–7 horas em redes com alta penetração solar.
  • Relatórios automáticos alinhados a KPIs e garantia de qualidade de dados.
Qual é o papel do Brasil nessa virada?
O Brasil adicionou +10 TWh em solar, impulsionado por mercado de GD e alta irradiância. A hibridização (solar + hídrica + BESS) avança, abrindo espaço para manutenção preditiva e plataformas de inteligência de ativos para lidar com maior complexidade operacional.
Quando implantar armazenamento — e quanto?
Armazenamento é mais efetivo onde a penetração solar é alta e hídrica/eólica variam. Um alvo prático é 4–7 horas de capacidade flexível para deslocar o pico solar do meio-dia, sustentar o pico da tarde/noite e reduzir a dependência de gás.
O que esperar até 2026?
A energia limpa é central e a tendência é irreversível. Para capturar todo o valor, redes precisam: políticas que acelerem armazenamento e previsão, investimento em infraestrutura digital para gestão preditiva de ativos e coordenação setorial para reduzir corte e melhorar despachabilidade.
Como a Delfos pode ajudar sua equipe a escalar com confiabilidade?
A Delfos unifica dados de performance, habilita detecção preditiva de falhas, agiliza diagnósticos e automatiza relatórios — ajudando gestores de COG, equipes de O&M e engenheiros de performance a maximizar valor em portfólios de solar, eólica e armazenamento.

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